Gerald Thomas não aceita pena alternativa por "ato obsceno" proposta por MPRio de Janeiro, 28 de Agosto de 2003 O dramaturgo Gerald Thomas não aceitou a transação penal proposta pelo Ministério Público, no valor de cinco salários mínimos, em benefício de uma instituição beneficente por ter realizado um "ato obsceno" semanas atrás, no Rio. O processo seguirá para o Ministério Público, que poderá oferecer a denúncia ou pedir o seu arquivamento. No último dia 17 de agosto, Gerald Thomas baixou a calça e a cueca após ser vaiado no Teatro Municipal no Rio de Janeiro pelo público que foi assistir sua versão da ópera Tristão e Isolda, de Wagner. Em audiência nesta quinta-feira (28), no 2º Juizado Especial Cível, Thomas alegou ao juiz Antônio Nascimento Amado que não cometeu o crime de ato obsceno. Thomas disse que sua atitude foi uma manifestação dentro de uma peça teatral e que já pediu desculpas às pessoas que se sentiram ofendidas, tanto na televisão, como nos jornais. Segundo ele, existe uma grande hipocrisia por parte de quem o condena, pois em muitas peças o público vê cenas de nudez explícita. - Não aceito porque não cometi um fato criminoso, não aceito a transação penal, afirmou o dramaturgo. Gil se manifesta em apoio a Thomas Segundo ele, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, enviou um fax de apoio à sua posição, porque não é possível impedir a liberdade de expressão de um artista. Ele disse também que jornalistas, como Zuenir Ventura, escreveram artigos na imprensa contrários à ação na Justiça. - Foi um ato desrespeitoso, mas não pode ser transferido para a área penal. Ele deixaria de defender os interesses da classe artística, disse a advogada do dramaturgo, Leilah Borges da Costa. O juiz enfatizou que quando é uma questão de princípios, não é aconselhável aceitar a pena antecipada. Ele aconselhou o diretor teatral a confiar na Justiça. - Se nós temos nossos princípios devemos lutar por eles. Confie na Justiça, confie no Ministério Público, recomendou o juiz. As informações são do site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. BACK |